Por que ninguém pensou numa escola de comida antes?
Comida é um assunto tão importante que deveria ser trabalhado nas escolas, certo? Mas que escolas? As tradicionais? Não precisamos de muito tempo para concluir que não seria possível, basicamente pela prerrogativa disciplinante que as escolas, em sua maioria, adotam.
Pois bem, somos um coletivo de educação politicamente comprometido com agendas temáticas para (re) pensar as relações em torno da comida e colaborar na construção de pontes entre a comida e a educação.
Trabalhamos a comida sob as perspectivas científicas e culturais, entendemos que elas são complementares e estão horizontalmente posicionadas, ou seja, ciências e culturas caminham juntas aqui e não há hierarquias entre elas. Importante ressaltar que trabalhamos majoritariamente no plural, tanto os substantivos quanto os verbos, principalmente os verbos.
A construção dessa ponte abre muitos caminhos, nem todos simples de trilhar.
Os projetos estão distribuídos em dois principais eixos: pedagógico-culturais e científico-editoriais e abordam temas como Gosto, Gênero, Decolonialidade, Territorialidades, Tecnologias e Pedagogias, todos em diálogo com a Gastronomia e outras áreas do conhecimento humano relacionada à alimentação.
A Escola de Comida está estruturada sob o tripé da pesquisa, da produção de conteúdo e da produção cultural e considera os diferentes contextos da comida: do doméstico ao profissional, passando pelo escolar e os trânsitos cotidianos, e elabora pautas debatidas por especialistas e não especialistas do tema, afinal, todos comem. Ou deveriam comer, a fome também é assunto deste grupo.
Que possamos transformar a nossa relação com a comida em oportunidade para reorganizarmos o mundo do jeito que o conhecemos.